terça-feira, 16 de março de 2010

Preconceito

 “Conceituar antes de conhecer. Idéia ou julgamento que se faz de pessoas, religiões, empregos, profissões sem conhecer as verdadeiras coisas e razões. Desprezo por pessoas ou qualquer coisa por julgamento feito sem conhecimento de causa e prova ou por ignorância. Ignorância causadora de guerras e massacres.”
O parágrafo acima já diz claramente o que significa a palavra tema desse texto. Agora cumpro o meu dever desde que assumi a responsabilidade de expor meu modo de agir, pensar e, principalmente, sentir, nesse blog.
Todos me perguntam o que mais me causa indignação e sempre respondo a mesma coisa: o preconceito. Tem o poder absurdo de me tirar do sério.
Tenho a profunda convicção de que muitas dores seriam evitadas se antes de emitir opiniões, buscássemos conhecer. Nasci em uma cidade do interior, o que por si só já é motivo de preconceito, mas pior do que o preconceito dos ‘de fora’, é aquele que você enfrenta dos que nascem na mesma terra que você. E pior ainda, aonde quer que você vá, interior, capital, metrópoles, nacionais, internacionais, sempre vai encontrar pessoas menos evoluídas que consigam encontrar algo de ‘diferente’ em você para, apartir disso, te julgar de alguma forma. Seu cabelo, seu jeito de vestir, de agir, de pensar, sua religião, sua cor, sua não-tradicional família, seu time de futebol, VOCÊ! Tudo é motivo. A sociedade pré-estabelece o que na sua visão medíocre é o certo e se você é diferente, é errado, está no caminho errado, no lugar errado, no mundo errado, você não deveria existir! Na minha opinião, a melhor definição de preconceito é aquela que vem do meu coração, que já partiu para vários enfrentamentos (e parte sempre que necessário) contra o preconceito:
Preconceito nada mais é do que falta. Falta de respeito, de consideração, de temor a Deus e de amor. “Amar ao próximo como a ti mesmo.” Sábias palavras (como sempre) daquele que mais pregou a igualdade. Ninguém é melhor do que ninguém, simplesmente porque somos iguais. Somos feitos do mesmo material, estamos aqui cumprindo missões, buscando evolução. E o preconceito só faz parte da evolução daqueles que o sofrem e sabem vencê-lo com dignidade e humildade. Porque só sabe dizer o que é quem já sofreu na pele. Eu sofri. E desde muito cedo. Por esse motivo, sempre digo que se há algo maior do que Phd é isso que eu sou na matéria de vencer preconceitos. E assim serei sempre. Sou filha de pais separados, nunca tive pai, tenho o cabelo ruim, sou magrela, baixinha (o que rendeu vários apelidos na escola), não fiz faculdade, não sou bilíngue, sou pobre, mãe solteira duas vezes (com muito orgulho), sou espírita kardecista, nunca fui casada, sou completamente monogâmica, não cultuo a aparência, não sou mulherzinha, prefiro gastar dinheiro com comida a gastar com salão de beleza, adoro futebol e torço fielmente pelo Corinthians, nunca fiz regime ou academia, como muito, adoro novelas e mais ainda desenhos animados, eu assisto o BBB, tenho e amo de paixão meus amigos gays, ainda acredito no amor e na amizade, choro com os fracassos e vitórias do ser humano, acredito que os animais ‘não-pensantes’ são melhores do que nós que não pensamos antes de magoar alguém que amamos. Sou assim e não abaixo a cabeça pra ninguém que seja o contrário de tudo que descrevi sobre mim, porque ninguém é melhor do que eu. Somos iguais. Cada um com a sua essência, com a sua beleza. E é essa a grande mágica. Se você gosta do que você é e respeita o jeito de ser do seu próximo, a evolução segue seu curso. E não queira ser o que a sociedade impõe como ‘jeito certo de ser’.
Se assuma. Parta para o enfrentamento. Vença o preconceito. Não o pratique.
Eu me amo. Me assumo e me aceito. Sou feliz. Junte-se a mim.

Hélia Reis – 01/12/09. ♥♥♥

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