sábado, 12 de junho de 2010

Chuva Vermelha

Tem coisas que deveriam ficar fechadas. Portas que nunca deveriam ser abertas, e assim é o que somos.
Portas. Janelas. Buracos.
É aquela hora que se observa o que não existe, mas de certa forma existe, formando nuvens negras à tua volta. E as nuvens relampeiam, chovem e gritam estrondosamente. A tempestade formada no vácuo.
No olho do furacão formam-se rostos, corpos e pesadelos que não deveriam estar naquele lugar, mas estão. Te encaram com olhos vermelhos e o máximo que consegue sentir é um esboço de uma emoção. E aquela água toda, aquele vento te encobrem por completo.
Ah, caímos tão lentamente mas sentimos o impacto multiplicado por mil. A velocidade é uma inconstância da alma. Em dias que tempo parace apenas uma musiquinha em uma caixa de som antiquíssima feita de cedro.
A música é só um adendo quase que imperceptível, já que os trovões alardeam o nada. Viver parece isso, uma chuva. E não chove para sempre...


TEXTO DO MEU AMIGO RAFAEL LUERCE. DE UMA DELICADEZA E FORÇA IMPRESSIONANTES!!!!

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